Texto problemático supostamente escrito, segundo a crítica moderna, por Gómez de Santisteban, eclesiástico talvez andaluz,
em castelhano, (de data de composição incerta e de data de primeira publicação contestada) que narra a viagen (imaginária)
do Infante D. Pedro, duque de Coimbra, iniciada em 1424, por Europa e pelas terras do oriente, tantas vezes impresso no século
XVI e depois. Caso ainda a clarificar.
O “status quo” da questão hoje em dia é complicado, herdado dos três principais bibliógrafos tradicionais:
1) Com “GOMEZIVS DE SANTISTEVAN, Lusitanus, propriâ gentis linguâ edidit Historia do Infante Dom Pedro de Portugal, que andou
as sette partidas do Mundo. Haec in Castellanam conversa prodiit anno 1595. & ano. 1626. In 4” é assim que descreve o livrinho
Nicolás Antonio na sua “Bibliotheca Hispana Nova” na primeira edição de Roma, 1672, Vol. 1, 414, e repetida na segunda, de
1778, Vol. 1, p. 541, tendo descrito a vida do dito Infante e a "peregrinação" na sua "Bibliotheca Hispana Vetus, 2a edição, Madrid,1778, v. 2, p. 243, n. 297.
2) Diogo Barbosa Machado, na sua Biblioteca Lusitana, 1747, Vol. 2, p. 38, comenta que “Gomes de S. Estevam [foi] hum dos criados que acompanhou ao Infante” e que foi publicado
dele um “Livro do Infante D. Pedro, que andou as quarto partidas do mundo” em Lisboa por Antonio Alvres [sic], 1554. 4.”,
e que foi “traduzido em Castelhano. Burgos por Filippe Junta 1564 e Sevilha por Domingos de Robertis 1595. 4. e 1626”. Rogers,
(em baixo) “Lista” p. 30, 31, 35 e 36 clarifica os enganos patentes na informação de Machado.
3) Inocêncio Francisco da Silva, no Diccionario Bibliographico Portuguez, v. 3, 1859, pp. 149-50 [Bibid 1034] dá a autoria a Gomes de Sancto Estevam. Repete a denominação feita por Barbosa Machado
de “um dos criados” e fala das “traduções” da obra para castelhano que conhecia.
Para a crítica literária moderna e foco na tradição de “livros de viagem," vid. a bibliografia [não exaustiva] que reunimos
neste Texid 9557 e no CNUM 19477.
Para a história bibliográfica e o caso dos impressos e autoria:
4) Para o texto em Catalão [impresso de Barcelona, 1506, que figurava na biblioteca de Fernando Colón, exemplar hoje desconhecido]:
Fernández Vega, Los libros catalanes…, 1997 [Bibid 24744], pp. 145-45, 299 e 322. Wilkinson, Iberian Books 2010 [Bibid 13089], p. 564, n. 14442. Rogers Travels…, p. 350-51, que sabia desta edição, mas considerava que podia ser outro texto, talvez do Infante Dom Pedro (1187-1258), filho
de Dom Sancho I, e não o do Duque de Coimbra. Fonte: Colón, Abecedarium B… [Bibid 23874], f. 309v, col. 1266. "Parti don pedro del regne de portogal ab tota la cõpagnia. 14481". f. 320r, col. 1308.
"Petri de portogal infantis. viaje a jerũsalẽ en catalan. 14481. ba. 1506." Na grande revisão da biblioteca nos últimos anos
da vida de Colón e no chamado "Regestrum C" dela, o livrinho foi agrupado com mais 33 tais impressos em Catalão com a cota
9774. Cf. Fernández Vega Los libros catalanes…, 1997 [Bibid 24744], p. 322, n. 09774.
5) Para o texto em Castelhano e Português: Rogers, List…, 1959 [Bibid 9147], passim, e The Travels…, 1961 [Bibid 1961], passim, aumentado em Leite de Faria, “A visita do Infante D. Pedro…”,1964 [Bibid 4955], passim. Wilkinson
Iberian Books, p. 680, nos. 17423-17432. Rogers, List… comenta o único manuscrito conhecido da obra [British Library, Egerton 523, ff. 113-39] dizendo que “it is of the eighteenth
century and is clearly a transcription of a printed text.” No seu Travels…, p. 219, considera a identificação do autor "virtually impossible" e que o nome dado "quite obviously serves as a pseudonym."
Sharrer, “Evidence of a Fiftheenth-Century…”, 1977 [Bibid 4940, pp. 85-98], postula a existência do texto, já em castelhano,
antes de 1471-1476.
6) Para o texto em Castelhano, ver BETA, Texid 4137.
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